terça-feira, 19 de maio de 2015

Abaixo a hipocrisia da disposição eterna!

Ontem eu recebi esse vídeo, com palavras do Dr. Drauzio Varella. Eu não me recordava de que ele era maratonista. Legal! Mas o mais legal mesmo foi ver que compartilho da mesma sensação dele: raramente acordo cedo morrendo de disposição para correr, para enfrentar a rua (às vezes, seja qual for o horário, falta disposição). Normalmente, pela manhã bem cedo, o primeiro pensamento que me vem à cabeça ao abrir os olhos é de que não há razão sã para sair da cama, pois lugar nenhum estará melhor do que ali. E quando ele fala do primeiro quilometro? Morri de rir! É exatamente isso que penso! Sempre!


Eu sempre fiquei questionando a minha força de vontade ao ver as pessoas "gritando a plenos pulmões" a sua disposição para correr, a felicidade a qualquer momento para encarar alguns quilômetros. O Dr. Drauzio me libertou. Agora vejo que tem muito de hipocrisia nesses gritos de disposição que eu ouço por aí. Afinal, que mal há em confessar a preguiça se você a enfrentar e a vencer?


segunda-feira, 18 de maio de 2015

Então... um dia eu comecei.

Fonte: Instragram @o2correbrasil

Fui empurrado para a corrida de rua e, quando eu percebi, já estava nela. Por isso essa imagem aí de cima me define nesse esporte. Às vezes, dou uma sumida (espécie de férias), aí o corpo pede para voltar e eu volto. Não dá para parar.

Torci o joelho jogando futebol (a minha maior paixão esportiva, não tem jeito!) por volta de março de 2014. Não precisei operar, mas o ortopedista me receitou musculação: precisava perder peso (1,72m e 86kg) e fortalecer. Não acreditei.  Foi a primeira notícia desanimadora. Talvez fosse melhor operar. Nunca gostei de malhar (leia-se: sempre odiei malhar). Quanto dinheiro já doei às academias de minha cidade! Em 1º/04/2014 (haveria data mais emblemática para mim?), me inscrevi num estúdio, personal mesmo, a minha última cartada. Mas eu precisava voltar a jogar futebol. Veio o personal com a segunda notícia desanimadora: o aquecimento seriam corridinhas na esteira. Aí entrou a corrida na minha vida. Aí começou a minha história na corrida.

Estão vendo a imagem no início da postagem? Eu costumava odiar a corrida. Desde o meu primeiro ano de vida (estou com 33), eu morei num bairro residencial, muito procurado em minha cidade, Campos dos Goytacazes (Norte do Estado do Rio de Janeiro) para caminhadas e corridas. Os campistas vinham de todos os bairros. Acham que eu nunca tentei? Eu acompanhava alguns amigos, ou melhor, tentava, mas era a morte! Como aquilo cansava! E eu sempre joguei futebol. Era de manhã, à tarde e à noite. Como eu cansava numa corridinha leve? Não sei, mas cansava e, por isso, odiava. E ainda tinha a conversa de que os médicos desaconselhavam a corrida (forçava o coração e tal). Simplesmente, na minha mente, tomei como fato definitivo odiar a corrida de rua.

Pois bem. Comecei as minhas sessões de musculação com pequenas (5min) e leves (6km/h) corridas na esteira. Pareciam longas e aceleradíssimas! Eu estava acabado! Vergonha! Nunca havia sido assim! Olha, se eu tenho uma qualidade é o comprometimento. Se eu decidir levar a sério, eu levo. Um belo dia, o professor levou o pessoal para correr na rua. Acho que foi em maio de 2014. Quando terminamos, fiquei sabendo que havíamos corrido um pouco mais do que 4km em cerca de 28 minutos. Eu não sabia se estava mais impressionado com a distância ou em ter corrido quase 30 minutos sem parar. Era muito tempo!

Minha cunhada, Cristina (aparecerá muito por aqui, já que frequentemente corremos juntos), que já participava de provas de corrida de rua aqui em Campos, então deu a ideia: fazer a inscrição para a minha primeira prova. E fiz. Foi em 08/06/2014. 4km. A minha meta era terminar sem andar, só correndo. Eu não tinha o relógio para controlar meu pace. Eu não tinha as noções básicas. Eu fui. Acho que nunca fiquei tão cansado na minha vida, mas terminei na minha meta: não andei, só corri. E me encantei com aquele clima pós-prova. Era uma linda manhã de sol de domingo, no bairro onde eu cresci (eu não disse que era propício para a corrida?) e, ao final, muita energia e meus amigos de infância ali, sentados comigo no jardim, fazendo o que sempre fizemos: jogando conversa fora. O bichinho da corrida, então, me mordeu.

Depois disso, foram algumas outras corridas (e 14kg a menos), todas elas estipulando metas individuais. Nunca um pódio. Acho que nunca terei. Mas continuo batendo as metas que estabeleço para mim. E isso me traz uma imensa felicidade! E sempre estipulo metas alcançáveis, para não haver desestímulo. Primeiro, decidi participar de uma prova de 10 km e completar sem andar. Consegui. Ao treinar para o Adidas Boost Endless Run de outubro de 2014 (prova com percursos de 10km + 5km e, classificando, mais 1km), objetivei correr 16km. Consegui. 2 vezes. Depois me aventurei para uma corrida rural de 12km. Completei. Outro dia, consegui correr a Eu Atleta do Rio de Janeiro num pace de 5min/km. Tudo isso pode ser muito fácil para muitos, mas para mim são conquistas bem prazerosas. E acho que isso é o que importa: valer para você.

Quando eu consegui correr 16km, eu decidi que ao final de 2015 eu correria uma meia maratona. Mas eu antecipei: 30 de agosto de 2015 é a data. A XIX Meia Maratona Internacional do Rio de Janeiro é a minha próxima (e maior) meta. Nunca corri mais do que aqueles 16km. Não estou com medo. Sei que, se não houver contratempos, vou consegui. Eu disse que sou comprometido.

Esse blog é para eu registrar todo o caminho de treinos que começará hoje, 18/05/2015, e terminará ao final no 21º km percorrido, já no Aterro do Flamengo, nesse esperado 30 de agosto. Não será uma história de superação. Espero que seja um canal de contatos e de enriquecimento de conteúdo.

Ah! Meu nome é Murilo Madruga Faria, sou advogado, continuo jogando futebol (agora somente aos sábados) e malhando.